quinta-feira

Lembrar é saber

Poeta, jornalista, político, polemista e historiador, é todavia como romancista que Alexandre Herculano será mais lembrado pelas gerações vindouras. As suas narrativas históricas assinalam o nascimento de um novo género na literatura portuguesa - o romance histórico - no qual o autor pode pôr em prática as qualidades de investigador do passado, principalmente da Idade Média, e os seus propósitos pedagógicos.
Publica A Harpa do Crente, colecção das poesias mais importantes, reeditada em 1850 com traduções/versões de Béranger (“O Canto do Cossaco”), Bürger (“O Caçador Feroz”, “Leonor”), Delavigne (“O Cão do Louvre”), Lamartine (“A Costureira e o Pintassilgo Morto”) e uma balada fantasmagórica ao gosto inglês (“A Noiva do Sepulcro”).
Publica n’ O Panorama a primeira narrativa histórica, O Castelo de Faria, e em Novembro Mestre Gil. Estas e outras composições, publicadas também n’ A Ilustração, foram reunidas em dois volumes em 1851, sob o título de Lendas e Narrativas. Os romances O Bobo (vindo a público n’ O Panorama em 1843 e editado em volume em 1878), Eurico, o Presbítero (1844) e O Monge de Cister (1848), escritos à semelhança das obras do escocês Walter Scott, considerado por Herculano como “modelo e desesperação de todos os romancistas”.
Nestas obras, o romancista cria cenários lúgubres e de dimensões trágicas, nos quais se movimentam românticos heróis atormentados por paixões e mulheres-anjo predestinadas para o sofrimento, sobrepostos a um pano de fundo histórico minuciosamente reconstituído.

Instituto Camões

Sem comentários:

Enviar um comentário